Asas ensanguentadas,
Olhos cadavéricos,cabeças decepadas
Anjos em suas poltronas de ouro
Desdobrando-se feito larvas em agouro
Criatura divina do cabelo louro
Dona de uma tez branca feito o mármore do sepulcro
Envenenas-te meu peito cancro
Anjos seguram minhas mãos trêmulas
Empalideço-me ao ver as criaturas amarelas
O tempo afogou nelas
Lagrimas desesperadas
E hoje caminham só numa estrada de espinhos
Furam os pés,não encontram o caminho
A estrada da dor o sangue molhara
Anjos do cemitério a vida deixara
Suas lagrimas ardentes o corpo queimou
Molhou-me na depressão,a vida deixou
São os anjos do inferno que o céu matou
Repousam na morte embriagados
Ébrios e drogados
Os anjos perdidos no caminho da cova
Lábios frios e pele alva
Hoje estão podres e em decomposição
Feito o poeta mórbido em seu caixão
Os anjos me levaram para o abrigo do cão
Onde ninguém é feliz e o sofrimento é eterno
Sofro amarguradamente no inferno
Meu corpo flagelado pelos açoites
Minha alma tão fria,mais negra que a noite
Minha mente vazia,como dói viver só
Sabendo que eu a tinha e escolhi o pior
Os anjos me levaram,pra junto da morte
Queria ter ela aqui,não há dor que suporte
Nem mesmo as torturas do inferno são piores
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