Olá leitores ! Postarei aqui alguns contos e textos que escrevi no passar desta vida maldita. Enchei os copos de vinho tinto e brindai as poesias,as mulheres e as orgias. Adentrai esta Taberna amaldiçoada e embriagai-vos com a escrita depressiva deste poeta morto . Escrevi estes textos em ocasiões inusitadas,muitas vezes ébrio quando o vinho queimou minhas ideias e o amor incendiou meu peito. Enfim contemplai a tragédia e cuidai dela como se fosse uma criança que acabara de ser vomitada pelo ventre da mãe e das entranhas vê a luz da vida repleta de sangue. Nascemos chorando precipitadamente pois sabemos que a vida há de ser amarga como o fel e sofrida como a ferida da morte ! Brindai !
Dentro de um caixão escuro,rodeado de flores,dois
algodões no nariz, e nada mais
Desesperado sem ter o que pensar, o desespero é longo amargurado e não irá passar. No canto escuro do quarto ele está,ali deitado de pernas para o ar e com o cabelo a descabelar, a luz do poste ilumina o meio do quarto, mas no canto é tão escuro quanto um caixão lacrado em um cemitério . Ali está ele louco a pensar em como deixar de estar , talvez colocar-se de um prédio a pular? Ou a garganta com uma navalha cortar? Ou quem sabe com um revolver os miolos estourar? Por fim a dor, ao desespero que o deixa perdido e sem soluções . Procuro respostas mas em meus delírios o que mais encontro são interrogações . Perguntas simples do tipo O que fazer? Por que o mundo é tão cruel comigo? Como morrer? Por que não tenho sequer um amigo? . Sentir a vida despedaçar em agonia,tristeza e solidão , a cada dia desmoronar e sentir uma faca adentrar em cheio o teu coração, e você ali no canto a sangrar a ver a vida te deixar a cada segundo, cada momento a dor te consumir acabar com o que resta de sentimento . É triste se olhar no espelho e ver seu corpo a definhar, seu rosto a desfigurar, seus olhos cada dia mais distantes e fundos, é o destino dos errantes, dos imundos . A depressão é o estagio mais avançado da dor e a libertação seria a morte "teoricamente" . Na gaveta uma cartela de ante depressivos, nas mãos uma caneta e na mente as lembranças de encontros lascivos. Encontros da adolescência, com seus amores . Hoje guarda na mente as lembranças e no peito eternas dores . Jogado ali no canto do quarto, aquele homem sem vida, louco para que chegue o momento da partida . A imagem que lhe vem a cabeça é de seu futuro, ele dentro de um caixão escuro, rodeado de flores, dois algodões no nariz e nada mais, são estes os desejos de um homem que só olha para traz . Olha e vê tanta coisa, que poderia ter feito , poderia transformar da vida o sonho mais perfeito, mas por medo desistiu de viver,e colocou-se morto num quarto escuro a morrer. O fim nao existe, louco é quem persiste nesse sonho da vida em que todos vão ter o mesmo fim. “dentro de um caixão escuro,rodeado de flores,dois algodões no nariz, e nada mais”
Saudosismo Melancólico
Resvalar a alma, resguardar-se em dor . Desvirtuar-se em lagrimas, comprimir-se em triste pranto de nostalgia. Aquelas moças quais foram culpadas por ser o que sou hoje,as melodias mais profundas que de tão doces e convincentes me fizeram acreditar no amor eterno,na vontade de estar, mas não poder? E na ardente chama um dia apagar, se esfriar , se prender no vazio da alma, se afogar na tristeza , tristeza a qual te faz lembrar e se ferir ainda mais, sangrar de dor, a cada lembrança sentir pingar uma gota do coagulado vermelho,escutar o estalar ao chão bater e uma lagrima a seguir . De nada tenho que lembrar, se as flores nascem belas, reluzentes nos campos verdes como os olhos de uma –delas- cheias de vida,um dia murcham e morrem,assim somos nós. Embebedamo-nos com o amor , com as mulheres,com a felicidade,a vida fica bela ,tão bela,os fatos ocorrem como uma poesia singela , mas depois tudo se transforma em um abismo de agonia,os seus sonhos se tornam um pesadelo e a realidade é mostrada,você morre, e o sentido é apenas escrever as próprias tragédias em algo que um dia irá apodrecer. A felicidade é ilusão, e a tristeza é a verdade da alma . A verdade oculta de que estamos a sós nesse universo . Era tão linda,era tão bela, e ainda é , mas o sofrimento me fez vê-la de uma forma triste,obscura. Antes a via como uma esperança,uma vontade, hoje já não ouso sentir essa esperança e sei que nunca meus lábios iram tocar nos dela . Era tão moça,tão cheia de sonhos angelicais , e eu tão triste desgostoso e vivendo coisas anormais . Eu bebia daquela inocência de menina e via nela a criança que nunca vi em mim, tudo nela tinha ar poético, eu me enlouquecia ao vê-la , pele tão branca se compara a nuvem mais branca do céu, clara,tão clara, olhos negros totalmente escuros,misteriosos, mãos delicadas feito as de uma pianista, ela era perfeita e meu coração batia com uma força incalculável que parecia saltar pela boca. Seu perfume eu nunca pude sentir, nem mesmo dentro desses teus olhos negros e místicos pude olhar,apenas imaginar. Oh, só deus sabe o quanto imaginei, e sonhei em um dia poder olhar, em meu leito de febre eu queimara de dor e ansiedade , noites em claro suspirando atordoado ofegante . Na ilusão vivi e hoje me encontro só aqui,escrevendo sobre ti,Oh doce amada,dos cabelos negros,essa sua face me deslumbra tanto,és tão pálida, o cadáver ao qual eu nunca pude acender a chama da vida, parece ser feliz hoje,mas no fundo sabes que é como a mim,tão fria,tão gélida,tão só .